sábado, 25 de abril de 2009



Passo boa parte do meu dia na escola onde trabalho e sou uma privilegiada em ter colegas como vocês!!!

As devoradoras do rodízio de pizza!!



Presto aqui uma homenagem à minha querida amiga Sandra e seu apetite voraz... rsrsr Vejam só a alegria no início da refeição! Sinceramente, também sou louca pela iguaria. Na sexta-feira pooooooode. Ah... esse pecado da gula é muito boooooooooom!!!

Castro Alves e a poesia amorosa sensual

Este post e o que está abaixo,da análise do poema Adormecida, são dois trechos de um trabalho que fiz sobre as vertentes do poeta Castro Alves, pertencente a terceira geração romântica. Fica aqui, em especial, esta sugestão de estudo aos meus alunos do EM. Espero que gostem. Um abraço a todos!

O poeta Castro Alves marcou sua poesia lírica amorosa, dentro do romantismo, de maneira distinta dos poetas anteriores à sua geração.
Observa-se, às vezes, em seus poemas de caráter autobiográfico, a expressão da paixão vivida e intensa, denotando em seus versos a realização da experiência amorosa também no plano físico, através do desejo, do envolvimento sentimental e carnal.
Em sua poesia a amada é real, e não um ser idealizado, distante e intocável, tal como é concebida na poesia de seus antecessores. O poeta tem uma visão poética do amor, que se classifica como sentimental e também sensual, pois é apelativa aos sentidos.
Ao transpor para a criação poética a realidade de sua experiência amorosa vivida com a atriz Eugênia Câmara, o poeta compõe belíssimos poemas, ricos em metáforas e carregados de um sentimentalismo maduro, realizado em sua plenitude carnal e emocional.
Apesar de sua poesia ter um cunho passional, ou seja, ser motivada pela paixão e pelo envolvimento amoroso, a dor não é cultivada por meio de queixas e lamentações, há nela uma ternura provocada pelo contato amoroso verdadeiro.
A poesia lírica amorosa de Castro Alves é considerada pela crítica como um dos pontos altos da poesia romântica no Brasil, pois a mesma alia a sensibilidade à sensualidade que fala aos sentidos e expressa a volúpia.

Análise do poema "Adormecida", de Castro Alves

Adormecida

Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberta o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, um pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos – beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P’ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
“Ó flor! – tu és a virgem das campinas!
“Virgem! – tu és a flor da minha vida!...”

Na 1ª estrofe o poeta cria através da percepção subjetiva (“EU” lírico) a imagem da mulher amada. Ela é construída por uma visão de sensualidade através do uso dos adjetivos (encostada molemente, quase aberto, solto, descalço). Enquanto que os elementos noite, rede, roupão, cabelo e tapete, criam o ambiente íntimo desta mulher, sugerindo a cumplicidade da intimidade e a proximidade dele e da amada.
Na 3ª estrofe o poeta utiliza elementos da natureza para insinuar o clima de sensualidade e encantamento que eleva essa mulher.
Na 3ª e 4ª estrofe, ao personificar os elementos da natureza (galhos encurvados / indiscretos entravam pela sala.../ Iam na face trêmulos beijá-la.) e colocá-los em contato físico com a amada o poeta constrói uma cena de sensualidade e desempenho amoroso.
A utilização repetitiva de versos no pretérito imperfeito (estremecia / serenava / beijava) e a utilização das reticências cria um clima de erotismo recatado pela interação e troca contínua de afagos entre a moça e a flor.
Na 5ª estrofe, o poeta infantiliza a amada dando a ela um caráter virginal (criança / negras tranças).
Na 6ª estrofe, ele retoma o caráter erótico pelo contato físico da natureza com essa mulher.
Na última estrofe subjetivamente o poeta mantém uma postura típica do lirismo platônico e com muita sensibilidade enaltece o caráter virginal da amada.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Visita - Museu do futebol



Adorei o museu. Logo na entrada há posters muito interessantes de vários times brasileiros e de personalidades do futebol. Fiquei fascinada com a sala dos telões e com as cabines de rádio, nas quais podemos escutar e apreciar a vibração na locução do futebol em variadas épocas. Amei ouvir o Osmar Santos - Ripa na chulipa, pimba na gorduchinha! A exposição temporária do Pelé estava primorosa.

O museu é aberto de terça a domingo, com entrada das 10h às 17h e permanência no museu até as 18h. Visitação gratuita às quintas-feiras. Localizado no Estádio do Pacaembu, Pça Charles Miller, s/n, São Paulo, SP. Quando tem jogo o museu não abre, verifique a programação para não perder a viagem.




quinta-feira, 23 de abril de 2009

Apresentação às DEs do programa "Tudo o que é sólido pode derreter"

O evento ocorreu no Centro Britânico do Brasil e cerca de cem convidados, entre professores e coordenadores pedagógicos da rede estadual de ensino foram apresentados ao novo seriado da Fundação Padre Anchieta "Tudo o que é sólido pode derreter". Os episódios apresentam um diálogo entre grandes obras literárias com o cotidiano dos jovens personagens. O seriado pode ser um grande aliado na sala de aula e incentivar a leitura desses textos consagrados.

Foi muito bom, ontem, ter conhecido este espaço cultural em Pinheiros e ter reencontrado colegas que não via há algum tempo. Na foto abaixo, eu (de blusa roxa)com algumas colegas professoras e a querida amiga Márcia Mecca, professora coordenadora da oficina pedagógica da Norte 1(blusa pink).

http://www.tvcultura.com.br/tudooqueesolido/index.php



Beijos para vocês!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Impressões da novela O Barão, de Branquinho da Fonseca

Continuando pelas divagações do ser, lembrei-me desta narrativa portuguesa. Escrevi este ensaio em 2004. Ontem, a obra do escritor português aflorou em minha memória, após reflexões sobre essência, desdobramentos de personalidade e máscaras que usamos para a sociedade. A rotina diária nos faz esquecer da necessidade do mergulho introspectivo, da conversa com o ser essencial que nos habita e a possibilidade de renovação em nossas vidas.


O Barão apresenta-se como um ser rústico, regional, porém com o desenrolar da narrativa torna-se grandioso na sua universalidade. Da mesma forma o inspetor, pois a aristocracia falida (o Barão) e o pequeno-burguês (o inspetor) acomodado na sua posição de funcionário público estável, sem surpresas na sua vidinha monótona e sem crescimento ou mudanças encontra-se em qualquer lugar do mundo.
Essa obra tida como uma das máximas da moderna narrativa portuguesa, nos remeteu a um mundo um pouco diferente que encontramos em “Confissão de Lúcio” de Sá-Carneiro, totalmente simbólico, introspectivo sem ligação com o plano real. O Barão nos faz tomar um choque no final, pois o que aconteceu foi ligado ao plano físico. Sá-Carneiro levou-me a dispersão e visualizar os desdobramentos da sua personalidade em um plano totalmente abstrato.
O despertar súbito na parte final da narrativa deve-se ao divagar a que somos levados junto ao Barão e do inspetor. Essa trama é muito envolvente. Houve uma projeção, uma transposição de ambiente e conseguimos nos situar bem ao lado das personagens, dentro daquele palácio ou perdidos naquela escuridão assustadora (símbolo da solidão humana). Invadimos aquele castelo e mergulhamos nas sensações que ambos saboreavam.
As figuras dicotômicas do Barão e do inspetor permite-nos visualizar o quanto o ser humano é controverso na relação: aparência para a sociedade e sua essencialidade.
A obra aborda as características do presencismo como a originalidade, pois nada havia sido feito como o Barão, a marca da autenticidade das personagens deflagrada pelo álcool e a presença da realidade concreta, sempre no espaço da sala de jantar e o acidente real do Barão, que consta na última página do livro, o qual nos acorda para o plano concreto e chega a nos causar um impacto.Na ocasião divagávamos nas profundezas do ser essencial, esse abismo que mergulhamos junto com as personagens.
Esse período literário é gratificante, a progressão do Simbolismo para o Orfismo e posteriormente o Presencismo trata-se de algo maravilhoso na literatura, a descoberta do ser humano, o que lhe é intrínseco, as entranhas psicológicas, o mistério do homem, que na maioria das vezes não conseguimos desvendar.
O humanizar característica marcante da obra, nos dá uma propensão à reflexão, para nos analisarmos, procurando o conhecimento do que realmente somos juntamente com o meio social em que estamos inseridos.
Temos a impressão que quantas leituras fizermos da obra, novos direcionamentos de interpretações podemos obter da narrativa, possibilidades de leituras infindas, no âmbito social, histórico, estrutural, poético.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Labirinto


Assim que comecei a aventura de montar este blog, fiquei cheia de vontade de imprimir nele a minha marca, meu jeito de ser, de deixar neste mundo virtual um pouquinho de mim para todos aqueles que me dessem o prazer de uma visita e tivessem a consideração de ler aqui um pouco de minhas idéias, dos meus gostos e interesses, enfim algumas facetas minhas. Cheio de excitação, para mim, é o pontapé inicial das coisas, acredito ser a influência de Castor e Pólux somado ao meu ascendente Áries. Nessa empreitada, me deparo com a montagem do perfil com a enigmática e célebre frase a ser resolvida: “Quem sou eu”. Quesito a ser solucionado no máximo em 1200 caracteres. Hummm... 1200 caracteres! Logo pensei – Não sou tão simples assim. Colei alguma coisa do perfil do Orkut para facilitar e porque no cotidiano o meu jeito de ser se aproxima muito do exposto.
Acho estranho esses espaços, nos quais fazemos uma breve compilação de nossa natureza. Posso descrever de forma sucinta, talvez, o que pareço às pessoas e ao meio do meu convívio – isso é fácil –, mas os meus devaneios, meus pensamentos, meus desejos, minhas alegrias, meus medos, minha ansiedade, ah... isso é muito complexo. Essa essência, muitas vezes, para mim, é pouco compreensível, é labiríntica, cheia de portais, em alguns deles mora uma criança feliz, em outros uma menina magoada. São tantas portas, tantas moradoras que edificam, que habitam e fazem parte de mim. Com algumas eu não converso mais, outras consegui exorcizar – foi difícil – mas criei coragem e deixei-as no meio do oceano e suas vozes não me abalam mais. Efetivamente, é melhor descomplicar a vida e a si próprio. Estou me aproximando mais das condôminas que levam a vida de uma forma mais leve e que privilegiam o dia-a-dia e suas oportunidades de felicidade. Adoro observar as palavras, intenções, reações e o olhar das pessoas.
Um exemplo bom disso aconteceu semana passada quando um aluno me pediu para ir ao banheiro, eu estava na porta da última sala e depois que ele saiu pude ver as piruetas do menino pelo corredor, a sua curiosidade sorrateira ao espreitar pelas frestas das portas entreabertas das salas de aula, o sinal de positivo que dava aos colegas, o sorriso, a alegria solta e despreocupada. Fiquei em suspensão por alguns segundos admirando aquela espontaneidade, o corpo pequeno gingando no ar e agradeci aquele sentimento terno e de leveza que me invadiu naquele momento.
Um abraço.